As 2 faces da mesma moeda
Quando lançamos uma moeda ao ar, temos 50% de hipóteses de acertar, e outras tantas de errar.
Muitas vezes, os resultados das nossas decisões são isso mesmo, uma incógnita.
Somos pessoas que gostam de certeza e previsibilidade, ainda mais numa altura em que o mundo está em constante mudança e a renovar-se a um ritmo cada vez mais rápido, e isso retira-nos segurança e conforto.
Esse desconforto cria vulnerabilidade. A vulnerabilidade que nos diz que estamos expostos, que não controlamos.
Todos temos momentos em que sentimos medo, dúvida, rejeição, insegurança e imprevisibilidade.
Momentos dos quais nos queremos proteger e que expõe as nossas fragilidades, que começam a destapar aquilo que tanto tentamos esconder.
Qualquer situação de perda gera vulnerabilidade.
Vulnerabilidade é um estado que devemos abraçar, permitirmo-nos vivê-lo como um estado emocional normal e que nos ajuda à adaptação.
Este foi um ano em que o mundo ficou exposto á vulnerabilidade. Vimo-nos privados das coisas que dávamos como certas, que jamais questionaríamos como estando ausentes no nosso dia-a-dia.
Ficámos vulneráveis por não poder dar um abraço, por não poder estar próximo. Ficámos vulneráveis porque alguns dos nossos meios de subsistência poderiam estar em perigo e com isso, a nossa sobrevivência.
Criámos resistência a essa realidade, e quanto mais resistência criamos à aceitação da vulnerabilidade, mais expostas ficam as mantas com que queremos tapar as nossas fragilidades.
Tudo na vida existe num todo.
É a aceitação do todo que nos leva ao crescimento, evolução e desenvolvimento, onde o bom não existe sem o mau, a cara da moeda não existe sem a coroa, onde o sucesso não existe sem o fracasso, onde a força e a virtude não existem sem a vulnerabilidade.
Aceitar não é concordar, é simplesmente dizer “independentemente de gostar desta situação, é isto que me está a acontecer.” Como podemos mudar aquilo que não aceitamos? Como mudo do sitio onde estou, se não aceito o sitio onde estou?
Há alturas em que o nosso coração anseia por amor e conforto, que a nossa mente procura certezas e que o nosso corpo procura segurança. Assim como a moeda só é moeda porque tem duas faces, também nós somos o que somos, porque existem duas faces da mesma moeda na nossa vida.
É a dança que fazemos entre os dois lados que nos faz crescer. Que nos faz dizer “não quero mais isto”. Eu, assim como tu, estamos aqui para crescer, aprender e evoluir. Ninguém cresce ou evolui só com o bom ou com o sucesso. Aprendemos muito mais com as nossas derrotas, privações, falhanços e dores, do que com o sucesso.
Em algum momento da nossa vida iremos cair, é inevitável e faz parte. Aquilo que damos como certo, deixará de o ser, muitas vezes, de um momento para o outro. O nosso grande medo não tem a ver com o momento em que caímos, mas sim com o não sabermos onde vamos aterrar.
Enfrentando esse medo, evoluímos e encontramos novos caminhos.
2021 vai ser um ano de novos caminhos, porque é nos cantos mais dolorosos da nossa experiência, que algo completamente novo está á espera de ser descoberto.
Escreve nos comentários, que palavra escolherias para descrever este ano que passou?
Até já,
Fábio Costa